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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Raças nacionais de cavalos marchadores !

Entre todos os animais domesticados pelo homem, os cavalos têm a característica única de revelar sua idade pelos dentes. Melhor dizendo, pelo encardido que vai se acumulando na junção dos dentes com a gengiva. Quanto mais encardidos, mais velho o cavalo. Daí é que vem o ditado “Em cavalo dado não se olham os dentes”. Quer dizer o seguinte: se você ganhou de graça algum presente não fique olhando os defeitos do mesmo.
Diziam os antigos que alguns ciganos eram mestres em datar a idade dos cavalos. E têm uma artimanha ladina para fazer alterações. Consiste em comprar um cavalo velho e proceder a uma maquiagem caprichada no encardido dos dentes para remoçar o animal. Assim, um cavalo de mais de vinte anos “perde” uns quinze de um dia para o outro, valorizando seu preço de revenda.
Idade e cavalos. Era nisso que eu estava pensando na quarta, dia 2, quando me preparava para redigir, como faço toda semana, a introdução do Globo Rural do próximo domingo. Cavalos porque é o tema da reportagem especial do Nélson Araújo sobre os cavalos marchadores brasileiros. E idade porque todo dia de reis é aniversário do Globo Rural. Em 1980, quando o programa começou o dia 6 de janeiro, tal como agora em 2013, caiu num domingo.
A reportagem revela dados impressionantes. Eu não sabia, por exemplo, que a tropa brasileira, com tudo que gravita em torno dela, emprega mais gente do que nossa indústria automobilística e sua cadeia. Temos muitos equinos e muares, sempre tivemos. Comparando com outros países, o Brasil está em  quarto lugar em número de cavalos, só atrás de Estados Unidos, China e México.
Temos cavalos militares, cavalos de hipismo, cavalos e muares de tração, várias raças próprias para lida em fazendas, cavalos “receitados” para terapia de crianças, cavalos de corrida, esportivos. Ao contrário de outros países não temos cavalos para açougue, não conseguimos criar esse hábito.
Temos algumas raças que foram selecionadas aqui mesmo e que fazem parte de nossa história, de nossas raízes. Essa seleção teve um critério prioritário: o conforto obtido com o andamento do animal. Mais precisamente sua capacidade de marchar, tendo quase sempre três patas simultaneamente apoiadas no chão, dando assim estabilidade ao cavaleiro. Há cavalos marchadores em outros países das Américas, há marchadores na Ásia, até na Islândia. Mas no Brasil, há várias raças marchadoras como a reportagem mostra, e um culto que tem se alastrado de norte a sul, multiplicando as cavalgadas de fins de semana e feriados e principalmente ganhando as novas gerações para este requintado hábito de lazer.
Muito bem. E a idade do Globo Rural? Se o programa fosse cavalo já estaria pra lá de velho. 33 anos!  Para televisão também não é pouca coisa. Nesse período de tempo quantos programas surgiram em todos os canais, no mundo inteiro, e duraram quase nada? Quais os segredos? Primeiro: por se tratar de televisão temos que nos renovar permanentemente acompanhando as novas tecnologias. No começo era o filme, o mimeógrofo a álcool; hoje... Segundo: tem uma meninada nova entrando na equipe, jornalistas e técnicos, que não eram nascidos em 1980. E estão gostando desse nosso mundão do campo que até virou moda. Terceiro, o Globo Rural de domingo já tem um filho, entrando na adolescência, agitando as madrugadas e manhãs de segunda a sexta feira: o Globo Rural Diário. E, mais de que qualquer coisa:  ainda nos surpreendemos toda semana com fatos, com dados, com mistérios da vida de bichos e plantas. Sobretudo nos surpreendemos com o ser humano, produzindo aquilo que todos comemos, bebemos, vestimos, calçamos...

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